Dirigir falando ao celular é mais perigoso do que conversar com o carona
Written by alianca on 14 de maio de 2019
Todos nós sabemos muito bem que usar um telefone celular enquanto se dirige pode ser uma atitude bastante arriscada. Ainda assim, uma parcela expressiva da população insiste em atender chamadas, digitar mensagens nas redes sociais ou ler notícias de algum site em particular.
Insistir na imprudência, apesar do conhecimento, tem uma explicação bastante óbvia: a maioria das ações que fazemos enquanto guiamos tornou-se bastante automática. Ou seja, diminuir a velocidade quando nos aproximamos de um semáforo, olhar periodicamente os espelhos retrovisores, não sair da faixa de rolamento, ficar atento aos limites, são tarefas normais que, felizmente, nos asseguram um guiar cauteloso.
Como nada de ruim nos acontece, temos a falsa impressão de que estamos seguros para adicionar outras atividades à nossa condução.
Assim, é nesse momento que ligamos o rádio, procuramos nossos óculos escuros e, sem dúvida alguma, damos uma olhada no celular.
Embora alguns autores insistam na ideia de que nossa mente é “multitarefa” –ou seja, que nosso cérebro estaria apto a um tipo de operação mental simultânea, o que é totalmente falso–, quando necessitamos executar duas ou mais tarefas, nossa atenção começa a ser prejudicada e, para dar conta das várias atividades que estamos realizando, começa a destinar pouco tempo a cada ação.
Dessa forma é que nossa atenção começa a “saltar” de um estímulo para outro, fazendo com que possamos experimentar um tipo de cegueira atencional em função de mudança rápida de foco. (1)
Nesse momento, não percebemos que nosso cérebro está sendo muito solicitado e, portanto, algumas das atividades começam a ser colocadas em segundo plano, deixando de receber a atenção necessária.
É por essa razão que, muitas vezes, quando estamos ao celular, não conseguimos perceber a mudança repentina do semáforo adiante ou, ainda, falhamos da observação do carro à frente que está freando. Prestar atenção ao trajeto se tornou, naquele segundo, secundário.
Com alguns segundos sendo perdidos em cada mudança de ação que nossa mente realiza, uma dose de desatenção vai se acumulando ao fazer com que o risco de acidentes cresça de maneira exponencial. Vamos lembrar que, muitas vezes, necessitamos de ações imediatas e pontuais (e sem margem de erro) para lidar com algum imprevisto no trânsito, como, por exemplo, frear bruscamente para aquela criança que atravessa repentinamente a rua…